Thursday, May 14, 2020

Vera Magalhães diz que “tacar um trator pra cima de fascistas” não é indevido

Lucas Rohan, uma figura bisonha "jornalista, professor e mestre em novas mídias" teve sua conta no Twitter suspensa temporariamente por uma mensagem sobre “tacar um trator pra cima de fascistas” após o irmão de Ciro Gomes atropelar policiais grevistas com um trator.


 O mesmo "jornalista" lamentou quando soube que o presidente não foi infectado pelo Corona vírus. 

Ainda assim, Vera Magalhães, a datilógrafa mamadora de recursos públicos, não viu nada de indevido nesse tweet, defendeu o sujeito e ainda marcou três funcionários do Twitter para sofrerem linchamentos virtuais:

https://twitter.com/veramagalhaes/status/1230950668434841600

Wednesday, May 13, 2020

Martim Vasques da Cunha regozija-se com notícia de infecção de Filipe Martins

Flavio Morgenstern


O escritor Martim Vasques da Cunha, autor de grandes frases como “uma hora o preço sempre cobra o seu custo implacável” (sic), e que afiança que Machado de Assis escreve mal (!), deleitou-se com a notícia ainda não confirmada de que Filipe G. Martins, o assessor especial da Presidência para assuntos internacionais, está infectado pelo COVID-19, o coronavírus.

Martim Vasques teve seus 15 minutos de fama ao forjar um faniquito histérico em público quando fiz uma piada no Twitter dizendo que a educação brasileira só se resolveria “queimando livros de Paulo Freire em praça pública de noite, com tochas e cerômia de malhar seu boneco”. Martim ficou bege.

O ataque de pelancas do “grande intelectual” não notou a óbvia dramatização (em uma série de tweets com piadas do mesmo tom), e imediatamente enviou o tweet para o editor de Paulo Freire no Brasil com o fito de criar uma cizânia. Óbvio que apenas uma azêmola trataria a piada como real – ficou 48 horas no ar sem ninguém “acusá-la” como um pedido verdadeiro em época eleitoral. Só um RETARDADO é incapaz de apreender todo o cenário criado.

Pois agora Martim Vasques se deliciou com um fato real: a notícia da infecção de um seu desafeto, Filipe G. Martins, com o coronavírus. 

Ao divulgar a notícia, escreveu, em uma língua bastante parecida com o português: “A realidade sempre acaba se impondo a quem insiste em nega-la”, como se Filipe tivesse “negado” que estava com coronavírus e como se fosse uma “punição” da realidade a um desafeto a ser vangloriada (e a sentença “a realidade sempre acaba se impondo” é uma construção verbal de quem, definitivamente, não sabe construir verbos).



É de se perguntar se haverá o mesmo grau de indignação com pezinhos a fustigar violentamente o assoalho, seguida de orquestrado assassinato de reputações com um comentário sobre algo real por parte da patota de Martim. Ou será que Martim dirá que fez apenas uma “blague”?

Não são poucos os que insistem na narrativa, quase toda criada em grupinhos de Facebook e WhatsApp.




O penúltimo livro de Martim Vasques conseguiu a façanha de conter quatro erros gramaticais apenas na contracapa (alguns tacanhos, como errar plural de verbos). Virou uma espécie de Dilmo da isentosfera, ou um Márcio Tiburio de quem quer parecer inteligente sem conseguir conjugar um verbo (a primeira frase de uma tradução sua de Roger Scruton já erra o sujeito da oração do original).

Tais predicados lhe granjearam a admiração de vários jornalistas que tentam bancar “isentismo”, sem nunca conseguir tecer uma crítica a um João Doria da vida, como Vera Magalhães. 

https://twitter.com/veramagalhaes/status/1238845383092187136?s=20

Um certo José Fucs chegou a fazer uma matéria porca no Estadão repisando a história da piada com livros de Paulo Freire. Em seu arrazoado, afirma que eu teria dito posteriormente ser uma ironia. Fucs provou sofrer do mesmo analfabetismo de Martim, incapaz de entender figuras de linguagem, já que REPETI a piada (não a neguei) no dia seguinte, e uma ironia seria dizer algo, querendo dizer o contrário (ou seja, no caso, se tivesse feito uma ironia seria uma defesa de Paulo Freire, o que nunca faria). Uma ironia, por exemplo, é dizer “Mas como esse Martim escreve bem e como esse Fucs é inteligente!”

Resta cristalino o nível intelectual (e moral) de quem lê Martim Vasques da Cunha. Para quem tem dúvida do grau de inveja e difamação que movimentam tais línguas, basta clicar no tweet de Martim e observar o nível tétrico das respostas.
Martim, ao me acusar, cita, sabe-se lá por que cargas d’água, a “campanha de Bolsonaro”, perguntando se ela iria “fazer alguma coisa” (?!).

Fucs, ao denunciar uma suposta “rede bolsonarista ‘jacobina’” (sic) em sua reportagem ridícula, elenca exatamente os desafetos de Martim Vasques e Alexandre Borges, que criou alguns dos ataques e xingamentos usados na reportagem. Fucs até tentou entrar em contato comigo mesmo para ser “fonte” dessa calamidade, mas ignorei.

José Fucs também soltou que “por ora, de acordo com as fontes disponíveis” (sic), este Senso Incomum e páginas e sites como Isentões e Terça Livre, “que agem como se estivessem em uma ‘guerra santa’ contra infiéis, não estão recebendo recursos públicos para financiar suas atividades”, o que é tentar acusar, mas sem provas (imagine a frase: “por ora, segundo as informações disponíveis, Fucs, que age como se estivesse num acesso de fúria, não está espancando a sua mulher”).

Alexandre Borges era, ao que parece, o “guru” da acusação. Após sua primeira participação no Pânico, colocou o status de WhatsApp abaixo, implorando para ser contratado pela Jovem Pan (logo seria por Felipe Moura Brasil, a quem acusa de coisas gravíssimas em privado):

Alexandre Borges status de WhatsApp

Martim já teve seus momentos de infâmia pregressa, claro, quando foi um dos suspeitos do assassinato de Toninho do PT, crime nunca resolvido. Na época, Olavo de Carvalho lhe deu abrigo em sua própria casa. Como agradecimento, o cavalheiro Martim escreveu um livro o acusando de liderar uma seita, no ano passado (livro que contém dezenas de erros gramaticais já no primeiro capítulo).


A, digamos, “obra” de Martim Vasques já foi descascada feita uma batata por Ronald Robson, na revista Nabuco. Tendo de ignorar o montante incalculável de erros de português em um livro feito para “respeitar o cultivo da língua portuguesa”, Robson mostra como Martim meramente tenta plagiar um conceito insuficiente de Mario Vieira de Mello, e ainda foi incapaz de compreendê-lo.

Hoje, Martim Vasques é editor-executivo na revista Oeste, onde cuidará com extremo zelo de textos de Augusto Nunes, J. R. Guzzo, Ana Paula Henkel, Bruno Garschagen e Theodore Dalrymple.
Resta saber se as pessoas com contratos comerciais com Martim Vasques concordam e também comprazem-se com a doença alheia. Se toleram ou estimulam. E acham que é uma “vingança da realidade”, já que não gostam de Filipe Martins. 

Fica o convite para nossos leitores indagarem tais pessoas em suas redes sociais – além de outros tantos figurões que citam e divulgam Martim Vasques. Ou será que só se indignam com piadas que só um completo mongolóide não entende – o que só prova o valor da piada, que culpa Paulo Freire pela nossa incapacidade de entender uma linguagem mais abstrata?

Como diz o próprio Martim, “uma hora o preço sempre cobra o seu custo implacável”. Melhor do que Machado de Assis.

Claro, em minha modesta visão, Paulo Freire escreveu um livro que destruiu a inteligência nacional ao solapar níveis mais avançados de linguagem e ao transformar a pedagogia em mero exercício lúdico visando a revolução. Entretanto, seu livro precisa ser lido tal como (e com o mesmo cuidado de) outros livros que foram extremamente nocivos ao mundo, de Leviatã e O Príncipe a Das Kapital e Mein Kampf. Já os livros de Martim Vasques da Cunha, como disse Diogo Mainardi sobre os livros de Noam Chomsky na Veja há décadas (e nunca me esqueci da piada), podem ir direto para a fogueira. Não por serem nocivos, mas por serem inúteis. Ao contrário dos supracitados, não servem nem como registro histórico. Ninguém se importou em ler.



Felipe Moura Brasil, garoto de recados de Rui Falcão


O plano da CPMI das fake news para censurar a internet como na China ganha reforço de peso: Felipe Moura Brasil e a revista Crusoé

Flavio Morgenstern



A reportagem “bombástica” de Felipe Moura Brasil na Crusoé que “prova” que existem milícias virtuais já causou seus primeiros impactos. Rui Falcão, antigo presidente do PT, um dos nomes fortes da velha guarda bolchevique do partido, convocou o assessor especial da presidência da República e nosso ex-sub-editor, Filipe G. Martins, para depor na CPMI das fake news. Diz o texto da convocação:
Matérias publicadas pela revista CRUSOÉ, de 11/10/2019, intitulada “Os blogueiros de crachá”, e pelo site Congresso em Foco, intitulada “Milícia virtual bolsonarista envolve assessor do Planalto e até derrubada de ministro”, também de11/10/2019, demonstram o modus operadi de um grupo de blogueiros, alguns instalados no próprio Palácio do Planalto, na utilização de fake news para atacar autoridades públicos.
Mensagens e áudios de WhatsApp divulgados pela revista Crusoé nesta sexta- feira (11) revelam como funcio na a militâ nc ia bolsonarista na inter ne t . Empresários, blogueiros e funcionários públicos atuam em conjunto e de maneira organizada para derrubar funcionários, destruir reputações e promover linchamentos virtuais, mostra o jornalista Felipe Moura Brasil. A reportagem indica o envolvimento do assessor especial da presidência para Assuntos Internacionais, Filipe Martins, com o grupo. Também aponta fogo amigo contra os ministros Paulo Guedes (Economia) e Sergio Moro (Justiça e Segurança Pública).
Toda a “reunião secreta” que Filipe avisa que “não é pra avisar ninguém” (ohh), foi postada pelo próprio Filipe, com foto e tudo, no mesmo dia. Essa é a “prova” da Crusoé para dizer que há “milícias virtuais que recebem ordem e provavelmente dinheiro do governo para atacar violentamente e com discurso de ódio adversários da ala mais radical do bolsolavismo”. Só faltou dizer que é racista, machista, homofóbico e fascista.

Agora, a reportagem da revista de Diogo Mainardi, Mario Sabino e Felipe Moura Brasil, que contrataram Marlos Apyus, um eleitor de Fernando Haddad, para o Antagonista, serviu exatamente aos propósitos de Rui Falcão: perseguir qualquer elemento conservador (como é mesmo? “ala ideológica”, né?) no governo, para logo termos tudo como antes no Estadodemocráticodedireito. Aguardamos a contratação de Reinaldo Azevedo.

Não paramos de avisar: a CPMI das fake news é o plano supremo do establishment, dos partidões e do centrão, articulado pelo MBL, para dois propósitos horríveis. O leve é derrubar Bolsonaro, e instaurar um “parlamentarismo branco” com Maia no poder. O gravíssimo é a criação de todo um cabedal para censurar a internet.

Curioso que a revista Crusoé, que já defendemos aqui, que já foi censurada pelo STF em um dos maiores casos de abuso de poder sem lei no Brasil, se dobre à censura completa da internet, em nome de supostas “fake news” (que Felipe Moura Brasil, afinal, não achou: só mostrou que recebeu conversas vazadas, e interceptou).

Agora, Felipe Moura Brasil aprofunda o verdevaldismo, ajuda a acabar com o direito à privacidade no Brasil, trata fofoca como “jornalismo”, não apresenta provas de nada e favorece o PT de Rui Falcão em sua busca por poder. Lembra-se de quando Felipe Moura estava contra Rui Falcão?

Felipe Moura Brasil x Rui Falcão

Agora, a ordem é clara: comemorar cada derrota ao “gabinete do ódio” (um conservador falando isso?!) sem provas nenhuma, com os perfis da seita do MBL e da isentolândia perdida, junto à militância virtual do PT. E viva Rui Falcão!


Empiricus faz acordo de R$ 4,25 milhões para evitar disputa judicial

istoedinheiro

Após vários rounds, a briga entre a Empiricus Research e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) chegou ao fim. Dois meses após rejeitar uma proposta de acordo inicial da empresa, o colegiado do órgão regulador do mercado de capitais fechou um termo de compromisso que inclui o pagamento de R$ 4,25 milhões pelos envolvidos, seu credenciamento junto à Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento no Mercado de Capitais (Apimec) e o fim de uma disputa judicial entre as partes.
A xerife do mercado de capitais investigava as atividades da empresa, acusada de fazer análises de investimento sem autorização. A Empiricus, por sua vez, dizia exercer atividade jornalística com finalidade exclusivamente editorial. A nova proposta foi aprovada por unanimidade pelo colegiado da CVM. A autarquia entendeu que o conjunto de medidas é suficiente para dar um recado ao resto do mercado e desestimular a prática de condutas semelhantes. Com o acerto, a Empiricus se livra de ir a julgamento em dois processos administrativos sancionadores.
O caso iniciado há cerca de dois anos foi parar na Justiça e chegou a envolver declarações públicas de Felipe Miranda, sócio da Empiricus, de que não respeitava a CVM enquanto regulador. A Empiricus se envolveu em outra polêmica após a veiculação do vídeo de Bettina Rudolph, em que ela afirmava ter conseguido amealhar um patrimônio de R$ 1 milhão após começar com um investimento de pouco mais de R$ 1.000. O episódio foi parar no Procon.
Além da própria Empiricus, os processos envolvem também a Inversa Publicações, e mais 15 pessoas: Miranda, Alexandre Mastrocinque, André Roque de Barros, Fernando Ferrer de Azevedo, Felipe Antunes Paletta, Gesley Henrique Florentino, João Luiz Piccioni Junior, Leandro Augusto Petrokas, Leonardo Pontes dos Reis, Luiz Francisco Rogé Ferreira, Marink Martins de Souza Jr., Max Felipe Bohm, Rodolfo Amstalden, Ruy Shimabukuro Beccaria Hungria e Sergio Altran Oba.
Em dezembro, a CVM rejeitou a proposta do grupo alegando que ele não seria possível por não prever a reparação de prejuízos direcionada aos investidores lesados pela atuação da Empiricus. O Comitê de Termo de Compromisso da CVM destacou também a existência de uma representação formulada ao Ministério Público Federal (MPF), supostamente motivada pela empresa. O colegiado da autarquia, entretanto, indicou que uma nova proposta poderia ser analisada. Na época, a Empiricus levantou a bandeira branca, afirmando que estava em busca de uma solução conjunta para a disputa.
O pacote fechado entre a Empiricus e a CVM inclui a renúncia da empresa à disputa judicial com o órgão, na qual se discute a exigência do credenciamento da Empiricus como analista de valores mobiliários. A consultoria teve que ceder e se comprometer a fazer seu credenciamento (seu e dos demais acusados) na Apimec para atuar como analista de valores mobiliários, em 60 dias, a partir da publicação do acordo no diário eletrônico do site da CVM. A Empiricus também terá que enviar, em dois dias úteis, uma petição ao MPF afirmando não concordar com as denúncias feitas aos promotores.
Para satisfazer a exigência de reparação a investidores potencialmente lesados, a Empiricus e a xerife do mercado de capitais entraram em contato com 23 pessoas que enviaram reclamações contra a companhia. Alguns receberam explicações, outros foram convidados a fazer uma reclamação individualizada, o que não ocorreu. Pela lei brasileira, não compete à CVM exigir ressarcimento, o que deve ser feito em esfera privada.
A parte financeira do acordo prevê o pagamento de R$ 3 milhões pela Empiricus em quatro prestações. O valor corresponde ao valor máximo da pena-base aplicável em casos de condenação por exercício irregular de atividade de analista de valores mobiliários, como previsto na Instrução 607 da CVM, adotada desde setembro passado. A Inversa pagará R$ 500 mil e as pessoas físicas envolvidas R$ 50 mil cada.
Em março, a CVM obteve uma vitória na ação judicial movida pela Empiricus, com o Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF3) considerando a inexistência de comprovação de que o conteúdo do material produzido pela Empiricus estaria excluído da definição de “relatório de análise”, como previsto na Instrução 598 da autarquia.
 



Apimec suspende analistas da Empiricus por 30 dias

Exame

Entidade considerou que e-mail marketing assegurava potencial retorno, o que é proibido


A Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais (Apimec) decidiu suspender por 30 dias o credenciamento de três analistas da publicadora de análises sobre o mercado financeiro Empiricus, entre eles Felipe Miranda sócio e principal nome da empresa. Além dele, os outros afetados são Gabriel Cosonato e Bruce Barbosa.

A penalidade começa a ser aplicada a partir do dia 16 de novembro, próxima quinta-feira. Com isso, os analistas ficam proibidos de assinar relatórios de análise, e-mails de marketing ou qualquer outra comunicação relacionada ao mercado financeiro. Miranda assina o principal relatório da Empiricus, o Palavra do Estrategista, que, segundo a empresa, tem mais de 100 000 assinantes, além da newsletter gratuita que é enviada diariamente para cerca de dois milhões de e-mails. O faturamento da Empiricus, que é chamada de consultoria pela Apimec, mas diz ser uma publicadora de conteúdos para investidores, é de cerca de 200 milhões de reais.

De acordo com o julgamento feito pelo Conselho de Supervisão de Analistas da Apimec no dia 16 de outubro, os analistas assinaram e-mails marketing que “asseguravam potencial ‘garantia de retorno’ para futuros investimentos”, o que é proibido. Ainda segundo o conselho da entidade, o alerta contido nos e-mails era insuficiente para prevenir os investidores dos riscos reais sobre as estratégias descritas nas análises.

A condenação se refere a três e-mails enviados pela Empiricus. Em 2015, Miranda já havia assinado um acordo em 2015 em um caso parecido, quando um comunicado da Empiricus chamado “Retorno Garantido” foi enviado por e-mail. À época, ele se comprometeu a pagar 7.200 reais e a “seguir com rigor as orientações de atuação profissional estabelecidas no Código de Conduta para Analista de Valores Mobiliários da Apimec”. Esse primeiro acordo também foi assinado Rodolfo Amstalden, outro sócio da Empiricus.

Procurada, a Empiricus afirmou que não concorda com a decisão e vai recorrer, mas não especificou em qual órgão, já que não cabe recurso na Apimec.

Nesta terça, a publicadora realizou um evento em São Paulo para comemorar os oito anos de atuação no mercado.

‘TENTEMOS SER GENEROSOS RS’ — Lava Jato usou site O Antagonista para interferir na escolha do presidente do Banco do Brasil – e a parceria entre os dois não começou aí

O Intercept, cujas mensagens publicadas em seu 'Vaza-Jato' foram alvo de pesadas críticas tanto pelos métodos criminosos envolvidos na interceptação quanto pelas edições cheias de erros e manipulação , publica um artigo acusando o site Antagonista e o procurador Dallagnol de se mancomunar para interferir politicamente no governo e agir em benefício próprio  
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Procuradores da Lava Jato agiram politicamente – usando o site O Antagonista como porta-voz – para interferir na escolha do presidente do Banco do Brasil no governo Bolsonaro. Em fins de 2018, a força-tarefa municiou com documentos o site comandado pelos jornalistas Diogo Mainardi, Mario Sabino e Claudio Dantas para alimentar notícias que evitassem que o ex-presidente da Petrobras Ivan Monteiro ocupasse a presidência do banco. Monteiro era o nome mais forte entre os cotados para assumir o BB, uma escolha do ministro da Economia Paulo Guedes – a ele era dado o crédito por ter salvado as contas da Petrobras.
O caso é o exemplo mais escandaloso de uma relação promíscua entre o grupo comandado por Deltan Dallagnol e os jornalistas do Antagonista – mas nem de longe o único, como mostram as conversas no aplicativo Telegram que foram entregues ao Intercept por uma fonte anônima. Elas fazem parte da série Vaza Jato, que já publicou 84 reportagens em parceria com os veículos Folha de S.Paulo, El País, Bandnews FM, Veja, BuzzFeed News, Agência Pública e UOL.
A leitura das conversas deixa claro que a Lava Jato e O Antagonista se veem como parceiros. O site abre mão da função primordial do jornalismo – fiscalizar o poder e os poderosos, aí incluídos procuradores e juízes – e recebe em troca informações em primeira mão. Os procuradores também interferiram, ao menos uma vez, diretamente na direção editorial do site.
O comentarista Diogo Mainardi, dono e editor do site, acatou pedido de Dallagnol e parou de publicar notícias sobre um escândalo de corrupção que envolvia a Mossack Fonseca, um escritório de advocacia suspeito de abrir empresas offshore no Panamá.
Mainardi também deu dicas de investigação a Dallagnol, que seguiu as pistas do comentarista e em seguida informou-o – em tom lamentoso – de que o caso estava fora da alçada da operação.
Em outro caso, os diálogos mostram também que a Lava Jato acreditou num boato repassado por Claudio Dantas para pedir – sem autorização da justiça – a quebra do sigilo fiscal de uma nora do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2016. Para isso, os procuradores acionaram informalmente um contato na Receita Federal. Nada foi encontrado contra ela, que jamais foi indiciada ou acusada de crimes.
Em troca do jornalismo chapa-branca, Dallagnol passava informações privilegiadas ao site. Isso fica claro numa mensagem num chat privado de 30 de agosto de 2018, em que o procurador diz o seguinte, ao entregar em primeira mão a Claudio Dantas dados que haviam sido pedidos pelo jornal El País: “Nao estamos passando pra mais ng agora”. Tratava-se de uma resposta da operação a um depoimento do advogado Rodrigo Tacla Duran, um crítico da Lava Jato, na Espanha.
Nos diálogos, Claudio Dantas se mostra um bom parceiro dos servidores públicos que, pela ética da profissão, ele deveria fiscalizar. O jornalista perguntou aos procuradores, em junho de 2017, quem a Lava Jato apoiaria na eleição da categoria para o cargo de procurador-geral da República, o chefe do MPF, o Ministério Público Federal. Dantas desejava se alinhar aos procuradores para, em suas palavras, “apoiar [o nome] certo”. Em resumo: o editor do site queria entrar em campanha com a Lava Jato.
Fundado por jornalistas que ajudaram a dinamitar a credibilidade da maior revista semanal do país, a Veja – ao torná-la um panfleto antipetista e ingrediente crucial na crise que afundou a editora Abril –, O Antagonista é bancado pela Empiricus, uma consultoria de investimentos que espalha panfletos catastrofistas (e habitualmente furados) em busca de clientes e já foi multada por propaganda enganosa.
Mesmo com tal currículo, o site se tornou porta-voz da Lava Jato e, principalmente, de Sergio Moro. A própria Veja, em uma carta ao leitor publicada em julho do ano passado, fez uma autocrítica pela fase em que alçou Moro à condição de herói nacional imune a críticas. Na mesma edição, a revista publicou reportagem em parceria com o Intercept mostrando ilegalidades cometidas pelo então juiz da Lava Jato.
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Claudio Dantas e Sergio Moro em entrevista do ministro a O Antagonista realizada em dezembro de 2019.

GIF: Reprodução/YouTube/Canal O Antagonista

‘A HORA DE LEMBRAR DELES’

UMA BATALHA SILENCIOSA ESTAVA EM CURSO no embrionário governo de transição de Jair Bolsonaro nos últimos dias de novembro de 2018. Em disputa, a presidência do Banco do Brasil. Paulo Guedes, o “super-ministro” da Economia, gostaria de entregar o cargo a Ivan Monteiro, então presidente da Petrobras. Mas a preferência do “posto Ipiranga” incomodava a “área política” do então futuro governo – comandada por Onyx Lorenzoni, ex-deputado federal e atual chefe da Casa Civil do Planalto.
O político do DEM gaúcho era o então chefe da equipe de transição governamental. Lorenzoni e Dallagnol eram muito próximos. Quando deputado, foi Lorenzoni que encampou e relatou as Dez Medidas contra a Corrupção na Câmara, gestadas por Dallagnol e que se tornaram uma obsessão dele. Nem a certeza de que o político estava envolvido em corrupção, como mostramos em agosto, afastou o procurador do ex-deputado.
As mensagens trocadas via Telegram não deixam claro porque – e, questionado a respeito, Dallagnol se recusou a responder –, mas no fim de tarde de 21 de novembro de 2018 ele enviou ao grupo do Telegram Filhos do Januario 3 uma reportagem da Folha que citava a insatisfação de Onyx Lorenzoni com o então presidente da Petrobras Ivan Monteiro. O procurador acionou os colegas em busca de informações que pudessem desabonar Monteiro.


Deltan Dallagnol – 17:55:49 – Caros, o que temos do Monteiro mesmo?
Dallagnol – 17:56:04 – https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2018/11/nomeacao-de-monteiro-para-bb-enfrenta-resistencia-da-area-politica-de-bolsonaro.shtml
Athayde Ribeiro Costa – 17:56:49 – De concreto nada: mas uns manuscritos apreendidos com Bendine sao mt suspeitos
Dallagnol – 17:58:04 – Vc consegue identificar? Se forem públicos, essa é a hora de lembrar deles
Dallagnol – 17:58:15 – Se SUPRIMIDO ou alguém puder separar seria ótimo
Jerusa Viecili – 17:58:20 – https://www.oantagonista.com/brasil/presidente-bolsonaro-pergunte-moro-quem-seria-o-ivan/
Costa – 17:58:34 – Ja pedi pra levantar
Viecili – 17:58:46 – antagonista é mais rapido
Viecili – 17:58:49 – hehehe
Dallagnol – 17:59:25 – kkk
Dallagnol – 17:59:43 – Tem mais coisa Tatá?
Costa – 17:59:43 – Mas tem outrso
Dallagnol – 17:59:47 – boua
Costa – 17:59:52 – mando dps
Januário Paludo – 18:01:02 – Noticia velha. https://www.oantagonista.com/brasil/exclusivo-ivan-monteiro-e-carta-fora-baralho/
Viecili – 18:02:10 – hahahahaha
Viecili – 18:02:28 – já caiu graças aos manuscritos que Isabel e eu encontramos na casa do bendine
Costa – 18:02:38 –  



Bendine e Monteiro são próximos. Mas Monteiro – que foi levado à petrolífera por Bendine e chegou a presidi-la durante o governo Temer – jamais foi indiciado ou acusado de cometer qualquer crime pela Lava Jato. Após ordenar a assessores a busca pelos documentos, Dallagnol enviou quatro arquivos a Claudio Dantas, do Antagonista, que vinha em campanha aberta para que Monteiro não tivesse assento no governo Bolsonaro.


21 de novembro de 2018 – Chat privado
Deltan Dallagnol – 18:49:50 – [imagem não encontrada]
Dallagnol – 18:49:50 – Essa anotação foi apreendida na casa do AG [imagem não encontrada]
Dallagnol – 18:49:50 – [imagem não encontrada]
Dallagnol – 18:49:50 – Apreendido na casa do Bendine
Dallagnol – 19:36:56 – [imagem não encontrada]
Claudio Dantas – 20:07:15 – 



Àquela altura, como deixam claro os diálogos, O Antagonista já publicara várias notas tentando implodir a nomeação de Monteiro no governo Bolsonaro – boa parte delas assinadas por Claudio Dantas. Ainda que o procurador Januário Paludo acreditasse que o então comandante da Petrobras era carta fora do baralho, Dallagnol preferiu se precaver. Na madrugada, o procurador voltou a abastecer o jornalista:


22 de novembro de 2018 – Chat privado
Deltan Dallagnol – 01:06:56 – Dr., menção a Ivan relacionada à PETROS. [imagem não encontrada]
Dallagnol – 01:07:43 – [imagem não encontrada]
Dallagnol – 01:07:43 – [imagem não encontrada]
Dallagnol – 01:07:43 – Apreendido no Bendine tb
Dallagnol – 01:07:43 – [imagem não encontrada]
Dallagnol – 01:07:43 – [imagem não encontrada]
Dallagnol – 01:07:43 – [imagem não encontrada]
Dallagnol – 01:07:43 – [imagem não encontrada]
Dallagnol – 01:07:43 – [imagem não encontrada]
Dallagnol – 01:07:43 – [imagem não encontrada]
Claudio Dantas – 01:29:34 – Legal
Claudio Dantas – 01:29:37 – Amanhã posto



Dantas, no fim das contas, nunca postou o material que Dallagnol lhe enviou para incriminar Monteiro. Não seria preciso. Àquela altura, Guedes já escolhera Rubens Novaes para comandar o Banco do Brasil, como informou a Folha. A ala política comandada por Onyx Lorenzoni, o amigo de Dallagnol, venceu. Com ajuda da Lava Jato.
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Em agosto de 2018, Ivan Monteiro (de óculos, à esquerda de Dallagnol) foi a Curitiba receber da Lava Jato mais de 1 bilhão de reais recuperados em delações premiadas e leniências. Dois meses depois, foi alvejado pela operação em seu voo rumo à presidência do Banco do Brasil.

Foto: Assessoria de Imprensa do Ministério Público Federal

‘CLAUDIO DANTAS QUE ME PASSOU A INFORMAÇÃO’

A FORÇA TAREFA PREPARAVA, no início de 2016, seu passo mais ousado até ali: a fase da operação que obrigaria Lula a prestar depoimento no aeroporto de Congonhas, em São Paulo. Nos primeiros dias de janeiro, a operação receberia de Claudio Dantas uma informação que, mesmo desacompanhada de provas, levou os procuradores a fuçar sem autorização judicial os dados fiscais de Marlene Araújo Lula da Silva, nora do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Segundo as conversas, Dantas disse ao procurador Januário Paludo, um dos veteranos da Lava Jato, que Marlene teria recebido da empreiteira OAS um imóvel no novo terminal de passageiros do aeroporto internacional de Guarulhos. A fé da Lava Jato em seus porta-vozes na imprensa bastou para que Paludo dissesse aos colegas que pediria informalmente à Receita Federal – ou seja, sem controle judicial – uma devassa na vida de Marlene, como Intercept e Folha de S.Paulo já mostraram.


13 de janeiro de 2016 – Grupo 3plex
Januário Paludo – 15:31:00 – Olá meninos. Acabei de chegar em Curitiba. Estou quebrado por que vim de carro. Amanhã de manhã estarei aí. Conseguiram poder para o Jonatas fazer a pesquisa da nota do lula?
Julio Noronha – 15:32:13 – Oi Januário! Que bom que você chegou! Estamos ansiosos por sua volta!!!1
Athayde Ribeiro Costa – 15:32:31 – estamos com sauddes januario
Noronha – 13:32:41 – Pesquisa sobre a Marlene?
Paludo – 16:02:44 – Isso
Paludo – 16:02:44 – Marlene lula da Silva. Tem que ver a dói com nome de solteira.
Paludo – 16:03:14 – E aquisição em guarulhos aeroporto.
Noronha – 16:04:53 – Vou pedir aqui agora
Paludo – 16:06:54 – A oas teria doado. E foi quem fez a obra de ampliação.v
Paludo – 16:07:41 – Acho que se a informação for quente temos uma boa probabilidade.
Paludo – 16:08:24 – Pode ter sido mera concessão de área.
Paludo – 16:09:15 – Hoje o local estaria locado para o restaurante Rascal.
Noronha – 16:09:22 – Maravilha! Pode ser uma boa mesmo
Paludo – 16:09:50 – O Claudio Dantas que me passou a informação.



Não foi só Paludo que se movimentou. Naquele mesmo dia, outro procurador da Lava Jato, Júlio Noronha, recebeu pelo Telegram a seguinte informação, vinda de um assessor: “Dr Julio, no COAF tem qualquer indicação suspeita dela, por isso não gerou a DOI. No CENSEC não constam escrituras ou procurações para o CPF dela. No Rastreamento societário aparece uma bar da qual ela foi sócia entre 2000 e 2002″.
Ainda assim, a Lava Jato tinha tal fé na dica do Antagonista que pediu formalmente a Sergio Moro a quebra do sigilo fiscal e bancário de Marlene Araújo – o então juiz da Lava Jato recusou, alegando que não vislumbrava “causa suficiente” para a medida contra ela.
Nada jamais foi encontrado contra Marlene, casada com Sandro Luís Lula da Silva, um dos filhos do ex-presidente. Ela nunca foi indiciada ou acusada de crime pela Lava Jato. Nem isso e nem os repetidos avisos dos assessores de comunicação do Ministério Público Federal sobre a pouca credibilidade do site – que veremos adiante – diminuíram o prestígio do Antagonista com os procuradores.

‘SUSPENDA INFORMAÇÕES’

NO FINAL DE DEZEMBRO DE 2015, O Antagonista publicou quatro notas que colocavam empresas offshore no rol de suspeitos da Lava Jato – leia aquiaquiaqui e aqui. Não se tratou de uma investigação jornalística do site – notório pelas notas telegráficas e publicações no estilo “Fulano de tal foi ao Twitter para…” –, mas de um vazamento de inquéritos em andamento na Polícia Federal, como ficaria claro pela reação dos procuradores.
Horas depois da última nota publicada, um dos diretores do site, Diogo Mainardi, recebeu mensagens de Dallagnol pelo Telegram. O coordenador da Lava Jato queria que o site parasse de publicar notícias sobre offshores “em benefício do interesse social da investigação”. O procurador se arvorava o direito de definir o que era melhor para a sociedade e, em troca, acenava com a promessa de informações exclusivas no futuro.


28 de dezembro de 2015 – Chat privado
Deltan Dallagnol – 13:56:48 – Oi Diogo, como vai? Antes de tudo, desejo um excelente fim e começo de ano a Vc e família. Parabéns pelos furos do duplex e da Mosack. O colega que atua nisso na nossa FT é o Januario Paludo. Ele me pediu para entrar em contato com Vc e lhe pedir, por um bem maior do resultado do caso e em benefício do interesse social da investigação, que suspenda informações sobre a Mosack, pois veremos em janeiro o que dá para fazer em relação a isso. Compreendemos o lado jornalístico da divulgação, e Januario lhe fornecerá, assim que possível, informações sobre esse assunto de modo prioritário se Vc puder segurar essas informações, como uma forma de agradecer sua contribuição com o caso. Segue o telefone dele. Fique à vontade para contatá-lo diretamente:
Dallagnol – 13:56:56 – [Imagem não encontrada]
Diogo Mainardi – 23:06:16 – Caro Dallagnol, como você sabe, só quero ajudar as investigações, por isso mesmo pedi ao meu pessoal para segurar todas as notícias sobre a Mossack.
Mainardi – 23:11:07 – Estou preocupado com o atraso na homologação da delação da Andrade Gutierrez. Publiquei que os executivos da empreiteira entregaram a campanha da Dilma e que o PGR preferiu ganhar tempo. Isso prejudica enormemente a Lava Jato
Dallagnol – 23:34:48 – Obrigado
Dallagnol – 23:38:00 – Acho que não é por aí. Também queremos que a PGR assine logo, porque a fila tem que andar (há outras pendências também), mas quanto aos fatos não há nada assim bombástico. Na PGR, como no STF, tudo demora. É o modo como o sistema funciona. Por isso que prerrogativa de foro é ruim. Atrasa o tempo da investigação
Mainardi – 23:50:04 – Me disseram claramente que Edinho Silva e Giles Azevedo pediram R$100 milhões para a campanha de 2014, por dentro e por fora. Isso é explosivo, sim.



No dia seguinte, a conversa prosseguiu. Mainardi informou que a Lava Jato não precisava se preocupar: o site deixaria de lado os critérios jornalísticos e o interesse público pela conveniência da operação de Curitiba. Mainardi aproveitou para fazer um pedido aos investigadores:


29 de dezembro de 2015 – Chat privado
Diogo Mainardi – 13:54:16 – Caro Dallagnol, nosso excelente repórter, Claudio Dantas, telefonou para o Paludo e eles já se entenderam
Mainardi – 13:56:36 – Se vocês esclarecerem o caso do apartamento do Lula (e também de seu sítio) muitas questões serão resolvidas
Deltan Dallagnol – 14:31:12 –  
Dallagnol – 14:32:36 – Essa questão tem evoluido há um bom tempo, sob diferentes estratégias. Vamos ver aonde nos levará…



Cumprindo o acordo firmado com Dallagnol, O Antagonista não publicou nada a respeito da Mossack Fonseca até 26 de janeiro de 2016, quando estourou a 22ª fase da Lava Jato – que mirava justamente o escritório e o apartamento vizinho ao triplex de Lula. Foi nessa data que a censura pedida por Dallagnol, e acatada pelo site, deixou de vigir.
Perguntamos à Lava Jato o que Mainardi quis dizer quando afirmou que “Dantas e Paludo se entenderam”. Não obtivemos resposta. Procurado, O Antagonista também não se manifestou.
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Mário Sabino e Diogo Mainardi durante quadro do site O Antagonista.

GIF: Reprodução/YouTube/Canal O Antagonista

‘PRA NÓS É NOVIDADE. BOM SABER’

DIOGO MAINARDI TAMBÉM SE SENTIA À VONTADE para dar palpites à Lava Jato sobre o rumo de investigações. Em novembro de 2015, ele sugeriu ao procurador que buscasse pelo nome de “uma certa Marcia Ferreira”, que dizia ser um elo entre o ex-tesoureiro do PT João Vaccari, à época já condenado na Lava Jato, e gráficas sob suspeita de ligação com o partido:


13 de novembro de 2015 – Chat privado
Diogo Mainardi – 07:02:16 – Caro Dallagnol, em abril, denunciei a gráfica fantasma VTPB, que deve ser a mesma a que se referiu Vaccari na cadeia, segundo a delação de Fernando Baiano. Ontem uma pessoa me disse que o contato de Vaccari com as gráficas que emitiam notas frias era uma certa Marcia Ferreira. Não sei quem é e gostaria de saber. A Lava Jato já encontrou esse nome alguma vez?



“Vou checar”, respondeu Dallagnol no dia seguinte. Imediatamente, Dallagnol consultou o procurador Roberson Pozzobon, seu colega de força-tarefa, para saber se o nome de Marcia Ferreira já havia aparecido nas investigações. Dallagnol reproduziu a Pozzobon a mensagem que recebera de Mainardi e, em seguida, perguntou:


14 de novembro de 2015 – Chat privado
Deltan Dallagnol – 14:19:56 – Robito temos essa info?
Roberson Pozzobon – 16:12:24 – Nunca tinha ouvido falar Delta
Pozzobon – 16:12:28 – Boa linha



Dallagnol, então, retornou com a resposta a Mainardi. “Pra nós é novidade”, escreveu, às 18h33 daquele dia. “Bom saber”, agradeceu. No dia seguinte, o jornalista seguiu a insistir que a Lava Jato se debruçasse sobre o caso:


15 de novembro de 2015 – Chat privado
Mainardi – 13:35:28 – A gráfica VTPB deveria ser investigada por vocês. Recebeu 22,9 milhões de reais da campanha de Dilma sem ter escritório nem funcionários. Conhecendo essa turma, o dinheiro deve ter sido retirado na boca do caixa, para realizar pagamentos por fora. Vou enviar o link de nossas reportagens para o seu e-mail. Bom domingo



Dallagnol responderia apenas na noite do dia seguinte, em tom de lamento: “Não podemos infelizmente começar uma investigação do nada em um local diferente da gráfica, sem que algo da lava jato nos leve ao fato”.
Assim como a de Claudio Dantas, a pista de Mainardi não rendeu frutos. Até o momento, nenhuma pessoa com o nome indicado pelo editor foi alvo de operação policial ou de uma denúncia da Lava Jato do Paraná.

‘IMPORTANTE PARA A GENTE APOIAR CERTO’

A ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PROCURADORES DA REPÚBLICA, a ANPR, havia marcado para 27 de junho de 2017 a eleição da lista tríplice da qual esperava que Michel Temer escolhesse quem sucederia Rodrigo Janot no cargo de procurador-geral da República.
A força-tarefa da Lava Jato temia que o novo chefe do MPF tentasse limitar suas ações, uma vez que Temer era alvo das investigações. Dias antes da eleição, Dallagnol relatou ao colega Carlos Fernando dos Santos Lima, o decano da operação, “um off imenso” que recebera a respeito da sucessão na PGR. Vinha de Claudio Dantas, repórter de O Antagonista. Hoje aposentado, Santos Lima costumava ser consultado sobre decisões estratégicas da força-tarefa.


13 de junho de 2017 – Chat privado
Deltan Dallagnol – 20:42:15 – Acho difícil apoiar alguém, mas acho bom Vc saber
Dallagnol – 20:42:15 – este pedido vou mandar só para vc, porque é um off imenso… rs Claudio Dantas, do Antagonista, quer saber quem a FT gostaria que fosse o próximo PGR, mesmo que sem apoio formal, público. nas palavras dele: “importante para a gente apoiar certo”.
Dallagnol – 20:42:15 – importante p gente apoiar certo
Dallagnol – 20:42:15 – esta é minha “primeira” eleição para PGR (a de 2015 não conta, a recondução era natural, e as outras acompanhei “de fora”), mas me parece que é algo beeem político e disputado. alguns candidatos estão fazendo campanha “fora” do MPF tb: dr Carlos Frederico contratou assessoria de imprensa e criou um site (http://www.carlosfrederico.net/), dr. Mario Bonsaglia tb está com site no ar (http://www.mariobonsaglia.com.br/)… além disso, há o risco de Temer escolher um nome fora da lista tríplice.
Dallagnol – 20:42:15 – juntando tudo isso, acho que seria uma boa sugerir um nome para ser apoiado pelo Antagonista. em off, claro. mesmo se não houver um nome de consenso na FT, podemos dizer quais seriam potencialmente melhores para a LJ, as 10M e as 10M+. posso passar a info para o Claudio sem citar nome de ninguém da FT.
Carlos Fernando dos Santos Lima – 21:01:00 – Nicolao e Mário.



À época dessa conversa, oito membros do MPF estavam no páreo pela lista tríplice. Sem poder defender candidatos publicamente, para não correr o risco de se indispor com o eventual vencedor, a Lava Jato não viu problema em sugerir, “em off, claro”, um nome a ser apoiado pelo Antagonista. O site fez seu papel: tornou pública a opção dos lava-jatistas.
Os subprocuradores da República Nicolao Dino e Mário Bonsaglia, candidatos da força-tarefa, acabaram eleitos à lista tríplice – foram respectivamente o primeiro e o terceiro mais votados pelos colegas. A segunda colocada era uma procuradora, Raquel Dodge.
O Intercept já mostrou que a força-tarefa continuou tentando influenciar a escolha de Temer mesmo depois da definição da lista tríplice. Dallagnol procurou Dino – irmão do governador do Maranhão, Flávio Dino, do PCdoB – e informou que pediria a movimentos sociais aliados para pressionarem Temer pela escolha dele, Dino, ao cargo.
Daquela vez, a estratégia esbarrou na falta de tempo. No dia seguinte à eleição da lista tríplice, Temer confirmou a indicação de Raquel Dodge para chefiar a PGR – para desgosto da Lava Jato.

‘NÃO DARIA O FURO PRA ELES’

OS DIÁLOGOS TAMBÉM DEIXAM CLARO que a Lava Jato, a depender da conveniência, privilegiava o Antagonista em detrimento de outros veículos de comunicação. No dia 30 de agosto de 2018 o procurador Roberson Pozzobon repassou ao grupo de Telegram Filhos do Januario 2 – que reunia todos os integrantes da força-tarefa – um pedido encaminhado pela assessoria de imprensa do MPF.
Um repórter do jornal El País queria que a força-tarefa comentasse uma declaração do advogado Rodrigo Tacla Duran, réu na Lava Jato que vive na Espanha, sobre o alegado desinteresse da força-tarefa em ouvir a versão dele. Segundo a mensagem do jornalista, Duran – que no início daquele mês havia tido o nome retirado do alerta vermelho da Interpol –, dizia que tinha uma audiência com os procuradores em Madri marcada para dezembro de 2017 e que nenhuma autoridade brasileira havia comparecido.
A Lava Jato pretendia alegar que o advogado havia sido intimado pela justiça espanhola, a pedido das autoridades brasileiras, e preferiu ficar em silêncio na audiência. Os procuradores sustentavam essa afirmação com base em uma ata enviada pelas autoridades da Espanha. Ao saber que o documento não tinha restrições de sigilo, o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima aconselhou: “Usem e abusem”. E acrescentou: “Eu, inclusive, deixaria a dica para o antagonista”.
O El País havia pedido resposta à Lava Jato com deadline (prazo-limite) às 11h do dia 31 de agosto de 2018. Na noite anterior, às 20h26, a manifestação do MPF já havia sido aprovada no grupo Filhos do Januario 2 e estava pronta para ser dada ao jornal. Dallagnol, no entanto, decidiu que o Antagonista – que não havia feito qualquer pedido sobre o tema – merecia furar a fila.


30 de agosto de 2018 – Filhos do Januário 2
Carlos Fernando dos Santos Lima – 20:26:39 – El Pais é jornal da Espanha. Poucas vezes teremos oportunidade de falar direto.
Deltan Dallagnol – 20:27:26 – El Pais tem visão de esquerda. E é brasileiro esse CF
Santos Lima – 20:29:08 – Mas é o único que temos. O caso do Tacla tem que ser tratado de forma mais agressiva.
Dallagnol – 20:29:59 – Concordo, mas acho que tem que juntar em autos lóbulos
Dallagnol – 20:30:01 – Públicos
Dallagnol – 20:30:03 – Já
Dallagnol – 20:30:10 – Passar pro antagonista
Dallagnol – 20:30:13 – Já tb
Dallagnol – 20:30:20 – E só em seguida passar pro El País
Dallagnol – 20:30:25 – Não daria o furo pra eles
Dallagnol – 20:30:29 – Tb achei mal intencionado
Julio Noronha – 20:32:00 – Isso! A ideia é amanhã juntarmos nos autos públicos da AP para poder passar e encaminhar a resposta no dealine para o El Pais
Roberson Pozzobon – 20:34:20 – O problema é que o Deadline e 11h da manhã
Santos Lima – 20:34:46 – Façam isso. Por ser mal intencionado, mas importante, é que precisa ser desarmado. Uma reportagem na Espanha pela metade e mal intencionada pode ser pior que esse excesso de dedos.



Conforme o combinado, o procurador Julio Noronha anexou ao processo eletrônico os documentos recebidos da Espanha que combatiam a versão de Tacla Duran. “Segurem as infos pro El país até o último minuto do prazo”, recomendou Dallagnol aos procuradores no grupo Incendiários ROJ. Com a confirmação de que o material já estava nos autos, procurou Claudio Dantas, de O Antagonista:


30 de agosto de 2018 – Chat privado
Deltan Dallagnol – 21:30:44 – Delta, autos 5019961-43 é o q juntamos, doc anexo, f. 119. Será q alguém divulga?
Dallagnol – 21:31:05 – [anexo não encontrado]
Dallagnol – 21:31:34 – [anexo não encontrado]
Dallagnol – 21:31:46 – F. 119 do anexo
Dallagnol – 21:43:25 – Nao estamos passando pra mais ng agora, mas uma vez juntado é possível que alguém de isso amanha mais tarde imagino (deve saber que vários veículos têm robôs que puxam o que tem de novidade). Aviso só pra saber.



Já era madrugada quando Dantas respondeu:


31 de agosto de 2018 – Chat privado
Claudio Dantas – 00:46:04 – Blza. Amanhã dou de manha



O conteúdo, conforme planejou a Lava Jato, foi divulgado com exclusividade pelo Antagonista no dia seguinte. Já Tacla Duran defendeu-se publicamente, por meio do Twitter, afirmando que os procuradores pediram para ouvi-lo em agosto de 2017 e não compareceram à audiência em dezembro.

‘ANTAGONISTA NÃO É SITE JORNALÍSTICO’

A PREDILEÇÃO DA FORÇA-TAREFA por O Antagonista – devida à postura dócil de seus jornalistas – sempre foi vista com ressalvas pelos assessores de imprensa do MPF.
Ainda em 2016, num grupo de que participavam Deltan Dallagnol e os dois assessores que atendiam à Lava Jato, o coordenador da força-tarefa fora alertado sobre a pouca credibilidade do site:


25 de junho de 2016 – Grupo DD-Assessor 2-Assessor 1
Deltan Dallagnol – 21:11:15 – Caros, Vcs contatam por favor o Claudio Dantas?
Dallagnol – 21:11:15 – Caro, tudo bem? Vi você ontem na arena. Vc se saiu muito bem. Quem está querendo falar contigo e o Claudio Dantas. Não dei teu telefone, mas acho que vale a pena o retorno, ainda que por via da ascom, pois ele sempre nos apoiou quando precisamos.abs
Dallagnol – 21:11:15 – [anexo não encontrado]
Dallagnol – 21:11:22 – Tentemos ser generosos rs



O procurador ouviria de seus assessores uma série de objeções – que, como já ficou claro, ele nunca levou em consideração:


26 de junho de 2016 – Grupo DD-Assessor 2-Assessor 1
Assessor 2 – 17:54:59 – Ok dr. Entraremos em contato com ele para analisar o pedido. Mas é bom ficar esperto. A postura do blog é bem clara – ataque ao PT. Creio que é melhor analisar bem antes de decidir atendê-lo.


27 de junho de 2016 – Grupo DD-Assessor 2-Assessor 1
Assessor 1 — 05:01:49 — Claudio Dantas me ligou quando estávamos na Câmara; expliquei que estávamos na sessão das 10 medidas, que vc já tinha outros compromissos para a quarta e ele insistindo em falar com vc na quarta mesmo. Finalmente pareceu entender, mas à tarde SUPRIMIDO me avisou que ele havia pedido seu celular para o dr. Januário e eu mesm pedi para dr. Januário não passar: Boa tarde, dr Januário! SUPRIMIDO me disse que Claudio Dantas lhe pediu o celular do dr. Deltan. Falei com Claudio hoje de manhã e disse que não seria possível falar com dr Deltan hoje. Acho melhor não passar nenhum celular do dr Deltan para ele. Estamos evitando entrevistas para o Antagonista, porque o site andou “pegando pesado” com o PGR. [18:41:54] J: Oi SUPRIMIDO, se pegou pesado não foi conosco e não sem razão. Quando nós precisamos deles, tivemos o apoio. Eu tenho o celular do Deltan, mas não passei e espero a posição dele. Grato. [19:02:44] Assessor 1: Ele deve estar entrando no vôo agora. Ainda estou na PGR, meu vôo é mais tarde. Por favor, fale com ele, mas já havia combinado com Cláudio para marcarmos uma entrevista mais para a frente. É só ele mandar a pauta que apresentaremos para a FT. Confesso que fico irritad com a postura do Claudio. Recusamos muitos pedidos de entrevista de veículos importantes e ele quer usar o “jeitinho brasileiro” para passar na frente dos outros. Mas tudo bem, seremos generosos… rsrs Só espero que ele realmente saiba aproveitar isso e não dê uma facada nas costas assim que a FT não agir de acordo com as expectativas do Antagonista, como já fez com o PGR.
Assessor 1 – 05:06:32 – Antagonista não é site jornalístico, é um blog de opinião. A diferença entre ele e o blog do Luís Nassif, por exemplo, é só a posição no espectro ideológico. De resto, são iguais, ou seja, não são confiáveis. Desculpem o textão, mas tem gente que me tira do sério… rsrs



Meses depois, em fevereiro de 2017, Assessor 1 resumiria a Deltan Dallagnol em um chat privado o que levava os voluntários que haviam encampado o projeto das Dez Medidas Contra a Corrupção a compartilharem do entusiasmo dele pelo site: “Antagonista faz tanto sucesso com grande parte dos voluntários porque compartilham raciocínio e objetivo: o problema da corrupção é o PT e Lula na cadeia resolve”, escreveu, em 4 de fevereiro de 2017.
“Mas achei positivos os comentários…. ainda que diga que estou errad, o conteúdo é bom”, respondeu Dallagnol. “Bom mais ou menos, né?”, rebateu Assessor 1.
Também havia, entre procuradores da República, quem compartilhasse da visão dos assessores de imprensa da Lava Jato. Num chat chamado BD, o procurador Angelo Augusto Costa escreveu, em 8 de setembro de 2015: “Esse negócio do antagonista é simples: a PF abastece esse cara de informações, e ele só ouve o lado da fonte que o ajuda. Acho que ele eh irrelevante, pois os “donos” da parada são os outros dois, que têm um projeto político ou, pelo menos, um projeto editorial com fins políticos”. Referia-se, respectivamente, a Claudio Dantas, Diogo Mainardi e Mário Sabino.

OUTRO LADO

PROCURADA PELO INTERCEPT, a força-tarefa da Lava Jato no Paraná disse que “não há qualquer favorecimento ou privilégio no fornecimento de informações” – o que é desmentido pela reportagem. Insistiu, ainda, que  “as mensagens que são atribuídas à força-tarefa têm sido usadas de modo descontextualizado ou deturpado, para fazer acusações que não correspondem à realidade”, o que o Intercept – e o bom senso – repudiam.
“Ao longo da operação Lava Jato, foram recebidas informações sobre supostos crimes de diferentes fontes, jornalistas ou não. O procedimento adotado é realizar a investigação, o que pode ser antecedido, quando pertinente, por uma verificação preliminar da informação, autorizada pela lei”, argumentou a equipe de Dallagnol.
“Além disso, todos os acessos da força-tarefa a informações protegidas por sigilo seguiram mecanismos previstos em lei. Houve quebra de sigilo, ou requisição ministerial nas hipóteses autorizadas em lei, ou atuação da Receita seguida de comunicação de crimes ao Ministério Público. O site realiza especulação sem qualquer base palpável. A justificativa de pedidos feitos pelo MPF podem ser consultadas nos autos”, afirmou o MPF.
A justificativa brandida pelo MPF “nos autos” do processo era que Marlene Araújo, nora de Lula, era sócia da Flexbr, empresa investigada por receber dinheiro da LILS Palestras. Ela foi considerada frágil até pelo então juiz Sergio Moro, que negou o pedido. Àquela altura, a Lava Jato já devassara informalmente o sigilo fiscal de Marlene.
“A Lava Jato, sempre que percebe que jornalistas estão de posse de informações que possam comprometer operações em andamento, pode solicitar, para o bem da investigação e do interesse público, que aguardem a finalização da investigação. Se isso ocorreu, tal conduta é lícita e recomendável para não comprometer buscas, prisões e outras medidas”, afirmou ainda o MPF.
Ficaram sem resposta as seguintes perguntas:
  • Qual era o interesse da Lava Jato em impedir uma eventual nomeação de Monteiro? Por que Dallagnol empenhou-se em levantar informações sobre ele para passar ao Antagonista?
  • Parece ético, ao procurador Dallagnol, pedir a um jornalista que pare publicar notícias oferecendo em troca informações exclusivas?
  • O procurador Dallagnol considera correto que um veículo de imprensa se ofereça para tomar seu partido dessa forma? Não achou que, na oferta de O Antagonista, havia a sugestão de uma troca de favores?
  • O procurador Dallagnol considera que o papel da imprensa seja o de se desdobrar em favores a agentes públicos como ele?
  • Parece ético, ao procurador Dallagnol, entregar a O Antagonista informações que lhe haviam sido pedidas por El País?
  • Em suas justificativas aos colegas para tomar tal decisão, Dallagnol disse que El País é “de esquerda”. Isso é, na opinião do procurador, demeritório?
  • Por que a Lava Jato e seu comandante, Deltan Dallagnol, deram de ombros às recomendações dos profissionais de comunicação do MPF a respeito de O Antagonista?
Também enviamos perguntas a O Antagonista, pelo formulário do site – que não lista sequer um endereço de e-mail para contato. Também enviamos as perguntas ao telefone celular de Claudio Dantas. Não obtivemos resposta até a publicação deste texto. O espaço está aberto para as respostas.