Tuesday, January 22, 2019

Ricardo Noblat: Bolsonaro, um "desastre" em Davos; jornais internacionais se dividem entre neutralidade e visão positiva sobre a participação do presidente




CNBC
Presidente Bolsonaro apresenta "novo Brasil" em Davos, diz que o país se tornará mais favorável aos negócios
A ausência do presidente Donald Trump no evento de cinco dias deste ano colocou a premier do Brasil no centro das atenções, menos de três semanas após sua posse.

Seus comentários provavelmente serão bem recebidos pelos participantes do mercado, depois de mais de uma década de políticas intervencionistas de administrações anteriores.

Financial Times
A revista de origem liberal, mas que tem pendido para a esquerda nos últimos anos, publicou:
William Jackson, principal economista de mercados emergentes da Capital Economics, disse sobre o discurso de Bolsonaro: "Está claro que a liberalização do comércio será uma prioridade, algo que deve ajudar a apoiar as perspectivas de crescimento do Brasil a longo prazo".

No entanto, ele acrescentou: "Bolsonaro pouco falou sobre a reforma fiscal, o que provavelmente levantará questões sobre a continua
ção do enfrentamento do problema econômico mais proeminente para os investidores".

A CNN, Bloomberg e The New York Times, assim como o Independent, com um artigo intitulado "Líder linha-dura do Brasil faz discurso conciliatório em Davos sobre meio ambiente", publicaram matérias objetivas, apenas informando sobre o discurso, sem juízos de valor.
Na CNN Money Switzerland, Alastair McCaig, expert no mercado de ações e gestão de investimentos, classificou o discurso de Bolsonaro como “suave, encorajador e profissional”.

Segundo a Fortune, Bolsonaro foi o grande centro das atenções em Davos.
A revista traz uma fala de Nariman Behravesh, economista-chefe da IHS Markit, uma firma de serviços financeiros sediada em Londres:
"Foi um pouco decepcionante que [o presidente] não tenha dado muitos detalhes sobre o que ele pretende fazer, mas os objetivos gerais foram muito encorajadores"

Já o jornal espanhol El-País conseguiu a proeza de noticiar versões opostas em idiomas diferentes. Em português o jornal disse que o discurso decepcionou e frustrou investidores, em espanhol disse que incentivou executivos a investirem no país.

Entre os jornais internacionais, apenas o La Reppublica, da Itália, criticou Bolsonaro. O jornal, que navega entre a social democracia e o esquerdismo radical, apelou a adjetivações excessivas, julgando não a participação, mas a imagem que a jornalista Tonia Mastrobuoni faz da figura de Bolsonaro. Entre os termos usados: "ultra-direita, o presidente homofóbico e xenófobo dos tons marciais e a paixão pelas armas".
Quanto a avaliação técnica do discurso, esta se resumiu a praticamente uma linha, quando o jornalista pergunta ao economista de Harvard, Ricardo Hausmann, se as promessas feitas não são ambiciosas demais.
Mastrobuoni tem um histórico bastante conhecido de ataques contra a direita. A jornalista, há anos, liga direitistas e populistas europeus a xenofobia e ao nazismo.

De onde então Noblat tirou que o discurso foi um "desastre"? A única fonte que usou este termo foi Brian Winter, do Americas Quarterly. Seu artigo, sem oferecer fontes ou um único nome, foi publicado pela Época e mencionado em um artigo da revista Exame.

Brian Winter foi responsável por uma entrevista - esta sim, desastrosa - com Olavo de Carvalho, publicada em sua Americas Quarterly.



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